viagem viagem

Como é velejar pelo Caribe

Quando se quer aprender velejar, a viagem muda de perfil. Aprender à velejar pelo Caribe é ter aulas na prática à cada momento. É aprender a observar a vela, o vento, o mar e detalhes do barco e tripulantes. E o conjunto dessas ações é uma grande lição de vida e me fez repensar valores, consumo e prioridades.

Velejar no Caribe é desfrutar da beleza, e ter uma experiência singular.

Mas, quando se quer aprender velejar, a viagem muda de perfil. Aprender à velejar pelo Caribe é ter aulas na prática à cada momento. É aprender a observar a vela, o vento, o mar e detalhes do barco e tripulantes. E o conjunto dessas ações é uma grande lição de vida e me fez repensar valores, consumo e prioridades.

#block-yui_3_17_2_1_1632349739347_127228 .sqs-gallery-block-grid .sqs-gallery-design-grid { margin-right: -0px; }#block-yui_3_17_2_1_1632349739347_127228 .sqs-gallery-block-grid .sqs-gallery-design-grid-slide .margin-wrapper { margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; }

A Mala

Como mostrei no Insta @manumuniz.blog , emendei duas viagens, com o total de 20 dias com a mala de mão! Consegui um ótimo planejamento para organizar as roupas e otimizar os ítens, por peso, que não amarrotassem com facilidade, que secassem rápido. Mas no final, me surpreendi por constatar que a simplicidade é tudo no mar. Principalmente quando está aprendendo a velejar.

Para saber como foi a minha mala clique abaixo:

20 dias Com a Mala de mão: Parte 1 - Caribe e Miami
20 dias com a mala de mão: Parte 2 - Necessaire, sapatos e acessórios

Para assistir o vídeo parte 1 aqui e para assistir a parte 2

Durante todos os dias usei protetor solar no rosto e no corpo, biquínis ou maiôs, junto com uma blusa de proteção UVA/UVB, boné e óculos. Ah e água! Bebi muita água! Isso foi o suficiente. De noite para jantar nas ilhas, colocava o short e uma blusa. Foi tudo muito simples, sem maquiagem, sem bolsa, sem sandalha rasteira. Era de havaianas mesmo e foi uma delícia esses dias!

Se você está pensando em viajar de veleiro vai uma super dica: não leve mala de rodinha! Alguns quartos não tem espaço para você acomodar a malinha. A melhor opção, são as malas tipo saco ou mochila e à prova de água, que você pode acomodar melhor nos armários, gavetas ou prateleiras. No meu caso eu levei a minha malinha vermelha e também a mochila (como falei estava viajando por 20 dias com a mala de mão). A mochila acomodei bem na prateleira, mas a malinha ficou no chão do quarto.

#block-yui_3_17_2_1_1632349739347_152511 .sqs-gallery-block-grid .sqs-gallery-design-grid { margin-right: -9px; }#block-yui_3_17_2_1_1632349739347_152511 .sqs-gallery-block-grid .sqs-gallery-design-grid-slide .margin-wrapper { margin-right: 9px; margin-bottom: 9px; }

Dia a dia no Veleiro

Ainda na marina, onde embarcamos no nosso Veleiro (Mango 2), sentamos com o nosso capitão para traçar a rota e também para que pudéssemos nos conhecer. A primeira prova seria realizada ali mesmo, mas como um dos integrantes não estava presente, foi resolvido fazer a prova no veleiro, ainda no primeiro dia.

#block-yui_3_17_2_1_1546983375141_185843 .sqs-gallery-block-grid .sqs-gallery-design-grid { margin-right: -7px; }#block-yui_3_17_2_1_1546983375141_185843 .sqs-gallery-block-grid .sqs-gallery-design-grid-slide .margin-wrapper { margin-right: 7px; margin-bottom: 7px; }

Acima, fotos da acomodação na marina: o quarto, a vista da varanda para a baía.

Depois, já entramos no ritmo para aprender, desde colocar os mantimentos no barco, a verificar as linhas, detalhes do veleiro e começamos as lições de navegação. Em uma hora no mar, eu já estava pilotando, ou melhor, no timão aprendendo a conduzir o barco e colocando na prática o que havia estudado nos livros, e acabado de escutar.

As atividades eram diárias, o dia todo, desde o momento que acordava até dormir. Ficar atento o tempo todo para entender o barco, o vento, as correntezas. Pela manhã, traçávamos a rota (e existe toda uma técnica e cálculo para isso), depois seguimos a rota. Cada momento uma lição diferente e uma posição diferente, já que no veleiro você precisa ajustar a vela para a direção do vento. Cada vento tem um nome, uma direção e assim como as linhas que estão no veleiro.

No nosso segundo dia, pegamos uma tempestade muito grande, isso me fez ter muito medo. Mas superei. Como estávamos no veleiro de 42 pés, não havia muita estabilidade, ou seja, balançamos muito. Nos dois primeiros dias eu fiquei enjoada e por conta da tempestade, eu passei mal. Mas foi só nesse momento. Existem remédios para controlar o enjoo (meu médico receitou para mim), mas eu preferi não tomar pois estava com receio de alguma reação (sono e dormir muito), e com isso impactar no meu aprendizado. 

Nós preparávamos os nossas refeições, cada dia um ia para a cozinha, e nosso grupo era muito bom nisso. Assim como manter o veleiro limpo e organizado. Nas áreas de comum acesso tudo era organizado, e isso fazia a diferença quando precisávamos fazer alguma manobra.

#block-yui_3_17_2_1_1632349739347_170668 .sqs-gallery-block-grid .sqs-gallery-design-grid { margin-right: -6px; }#block-yui_3_17_2_1_1632349739347_170668 .sqs-gallery-block-grid .sqs-gallery-design-grid-slide .margin-wrapper { margin-right: 6px; margin-bottom: 6px; }

Planejando o curso

Sempre tive vontade de passar um tempo no mar, mas diferente de um cruzeiro. E já existia uma admiração e vontade de velejar. Fui pesquisando escolas de velas em todo mundo, antes de comprar um barco ou veleiro e tentar dar a volta ao mundo 💁🏻🙌

No mundo, há muitas escolas de vela, mas escolhi uma que fosse certificada pela ASA (American Sailing Association) e que ficasse em Sant Vincent and Grenadines, um grupo de ilhas que fica na região do Caribe, por uma questão de logística e valores. Existe a alta temporada, entre a primavera e o verão e a baixa temporada, um pouco depois da temporada de furacões. A diferença de fazer na baixa temporada é significativa, chegando a ser 50% mais barata.

Não é barato aprender velejar. Por isso foi tão importante um planejamento financeiro. É preciso arcar com o valor das certificações $400 dinheiros de dólar cada certificação, além do valor da aula/hospedagem/comida. Alguns cursos não incluem o valor do combustível, gelo e água doce (a que é usada para lavar os itens ou tomar banho, e também abastecem como se fosse um combustível, e posso dizer que é até mais cara em alguns lugares em relação ao combustível).

A escola disponibiliza alguns itens de comida, garrafas de água. Mas em cada noite paramos em uma ilha diferente e é possível ir jantar nos restaurantes locais e esse jantar não está incluído. O detalhe de sair para jantar é que como são ilhas pequenas, algumas não trabalham com cartão de crédito, só aceitam dinheiro. Em relação ao dólar americano, a moeda não é forte, é até barata. Quando os vendedores fazem a conversão, sai mais caro pagar com dólar americano do que o dólar caribenho.

Depois de alguns anos juntando e economizado para realizar esse sonho de velejar pelo Caribe, fizemos a nossa matrícula para o curso de Novembro de 2018, compramos os livros para estudar a parte teórica. Os livros são vendidos online e cada um pode custar até 100 dinheiros de dólar.




#block-yui_3_17_2_1_1632349739347_208372 .sqs-gallery-block-grid .sqs-gallery-design-grid { margin-right: -7px; }#block-yui_3_17_2_1_1632349739347_208372 .sqs-gallery-block-grid .sqs-gallery-design-grid-slide .margin-wrapper { margin-right: 7px; margin-bottom: 7px; }

O Estudo e a prova

Com os livros, foi hora de estudar. Tive um grande desafio pois todos os termos, vocabulário ser em inglês. Para uma pessoa que mudou de país recentemente e está aprendendo inglês agora foi a prova dos 9.  

Meu foco era pegar a licença 101 de tripulante. Era um novo mundo para mim, tanto do mar como em inglês. Estudei diariamente por meses e a prova estava agendada para a manhã antes do embarque no veleiro. Mas na verdade, só aconteceu no final do primeiro dia de aula, dentro do barco.

Foram 100 questões de múltipla escolha, mas sempre tem aquela alternativa que fica muito próxima. Todos da embarcação passaram teste e inclusive eu. Fui a última a entregar a prova, lia e relia as questões para ter certeza. 🙌

É um sentimento sem explicação passar na prova e receber em casa seu cartão com a certificação!




Acomodações e Tripulação

A embarcação tinha 4 cabines (3 com cama de casal e 1 com beliche), 2 banheiros compartilhados, uma cozinha e sala e uma mesa de navegação. Apesar de pequeno era um espaço aconchegante e eu fiquei surpresa com a disposição e funcionalidade dos armários com trancas, fogão de duas bocas que balançava de acordo com o movimento do mar e até um forno, que esquentamos uma lasanha.

#block-yui_3_17_2_1_1546983375141_199844 .sqs-gallery-block-grid .sqs-gallery-design-grid { margin-right: -8px; }#block-yui_3_17_2_1_1546983375141_199844 .sqs-gallery-block-grid .sqs-gallery-design-grid-slide .margin-wrapper { margin-right: 8px; margin-bottom: 8px; }

A tripulação são pessoas que, assim como eu, estão à procura de experiências em alto mar, e aprender a velejar. Os níveis dos participantes do grupo podem ser diferente, mas não tão discrepantes. Nosso grupo era formado pelo capitão Rick um inglês que velejava o mundo desde seus 16 anos, Mike um rapaz solteiro do Alaska, Mike e Jane um casal do norte de Nova Iorque e eu e meu marido. Um total de 6 pessoas dentro de um veleiro de 42 pés, esse número foi o ideal, tanto para o convívio quanto para os exercícios.


A Experiência

Viajar, ter experiências é algo enriquecedor e que você aprende acumula sem ter limite. No momento que resolvi fazer o curso de como aprender velejar, não sabia o que esperar, na verdade eu não criei nenhuma expectativa, eu só estudei e comecei a seguir mais personalidades do mundo da vela no YouTube e no Instagram. Mesmo seguindo essas pessoas, não dá para ter a vivência, e essa parte é incrível.

Ainda não tenho palavras para descrever. Foi incrível, foi fantástico, foi de ressignificação, foi respeito, foi admiração, foi surpreendente ou mesmo tudo junto… ainda não sei descrever.

O convívio por 7 dias com pessoas estranhas em um ambiente pequeno foi interessante. Juntos estávamos no mesmo nível, e com o mesmo objetivo que era aprender. O respeito foi presente o tempo todo, respeito nas palavras, no espaço, em tudo. Saber o timing certo para poder reconhecer quando uma pessoa precisa de ajuda para puxar a linha e suspender a vela, ou mesmo ajudar quando a pessoa não está conseguindo e velocidade e força, fazem a diferença.

Aumentou a admiração pela natureza, sua força e poder. No segundo dia da tempestade, tive muito medo das ondas gigantes, do vento, do barco, de tudo! Mas eu não podia me deixar levar pelo medo, e contornar isso fez a diferença. Ser racional, não congelar e agir para ajudar o grupo.

Foi fantástico me superar no idioma, nas atividades, no amanhecer, entardecer ou mergulhar e ver um céu de estrelas do mar. Nunca vi tanta estrelas do mar junta! Nunca vi lagosta viva no fundo do mar, ou peixinhos nadando comigo. O mar me deu calma depois do medo.

Fiquei surpresa com a beleza e como essa beleza é tratada pelos locais. Não há uma conscientização do uso do lixo, da reciclagem, e do manuseio do lixo. É muito comum andar pelas praias caribenhas e encontrar lixos (dos diversos tipos, plásticos, vidros, garrafas, canudos, cigarros…). Parece ser uma beleza com os dias contados.

E no final da viagem fiquei doente… tive febre e for de garganta e ainda tive uma reação alérgica que criou bolinhas no meu roso, pescoço, costas e mão. Tudo passou depois que eu cheguei em casa. E me pergunta se eu faria novamente?! Eu quero isso para a vida! Quero sair no mar, já estou aqui em casa, escrevendo esse post com saudade do balanço e cheiro do mar!

Espero que vocês tenham gostado desse post. Foi uma experiência bem diferente de tudo o que passei na vida!

Para a sua viagem:

Produtinhos da Amazon, aqui! 

Desconto de US$40,00 dólares (R$160,00) na sua primeira reserva no Airbnb, aqui 

Booking.com – 10% de desconto na sua hospedagem com o link, aqui!

Read More